Rádio Difusora do Paraná

2021 foi ano teve consequências negativas à cadeia de lácteos

Já as perspectivas para o ano de 2022 tem elementos positivos

 

O Boletim CILeite,  divulgado pela da Embrapa Gado de Leite, avalia que a  pandemia da Covid-19  de 2020-2021 trouxe desorganização às cadeias mundiais de produção e suprimentos, com consequências negativas para o comércio, elevação dos custos logísticos, desabastecimento dos mercados e inflação.

O documento aponta que a  produção brasileira de leite vem sofrendo as consequências das mudanças nos custos de produção que aumentaram 34,5% no acumulado em 12 meses até outubro de 2021.

Nessa alta, a Embrapa  destaca  os itens de alimentação concentrada, produção e compra de volumosos, sal mineral, energia e combustíveis.

Para o produtor de leite, houve queda real nos preços recebido em cerca de 4% em relação a 2020, deflacionados pelo ICPLeite.

A margem sobre o concentrado recuou 5% no mesmo período, levando a uma redução na rentabilidade do setor produtivo.

O aperto nas margens dos produtores acabou desestimulando a produção, acelerando processo de evasão da atividade e vem dando continuidade à consolidação no setor.

O volume de leite adquirido no terceiro trimestre registrou recuo de 4,9% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.

O mercado de derivados lácteos é muito sensível às mudanças da renda da população e no atual cenário, com forte retração da renda das famílias, a situação dos laticínios, notadamente os pequenos e médios, com menor capacidade de negociação, também foi afetada de forma significativa.

A maioria dos produtos lácteos registrou neste ano  queda real de preços em relação a 2020.

O queijo muçarela ainda conseguiu manter um preço real dentro do patamar médio histórico ao passo que o leite UHT e o leite em pó, ficaram com cotações abaixo do histórico.

As margens destes derivados foram afetadas pelo aumento dos custos de produção, da logística e também pelas dificuldades de repassar os custos aos consumidores, devido ao enfraquecimento da demanda.

As perspectivas para o ano de 2022 tem elementos positivos para o setor lácteo nacional.

Estimativa de safra recorde de milho e soja indicam possível redução dos preços do concentrado.

Há expectativa de melhora na renda das famílias com redução do desemprego e maior recurso de auxílio governamental, aumentando a demanda por alimentos, incluindo os lácteos.