Caso passe em todos os testes, a vacina contra covid-19 desenvolvida pela Universidade Federal do Paraná não precisará de insumos importados, podendo ser fabricada totalmente em território nacional.
A necessidade de se adquirir de outros países o chamado ingrediente farmacêutico ativo – IFA – dos imunizantes em uso Brasil é um dos fatores que tem dificultado a produção local e a distribuição de doses para estados e municípios.
O grupo da UFPR trabalha com uma técnica inédita para imunização contra o Sars-CoV-2.
A Coronavac, da chinesa Sinovac, por exemplo, utiliza o vírus inativo para estimular a produção de anticorpos , russa Sputnik V, do Instituto Gamaleya, e as vacinas de Oxford/AstraZeneca e Janssen da Johnson & Johnson, por sua vez, baseiam-se no método do vetor viral, em que um vírus diferente, como o adenovírus, causador do resfriado comum, recebe um gene capaz de produzir uma das proteínas do novo coronavírus, o que faz o organismo “aprender” a também combater o patógeno.
Na UFPR, os pesquisadores utilizam o polihidroxibutirato, o PHB, um tipo de polímero inócuo produzido por bactérias, recoberto com partes específicas da proteína Spike, que é a que liga o vírus Sars-Cov-2 às células humanas, provocando a infecção e a covid-19.
Além de mais fácil de se obter, o composto tem um custo muito menor de fabricação do que as substâncias utilizadas nas vacinas já disponíveis internacionalmente.
Na UFPR, o PHB é estudado há mais de três décadas como substituto de similares derivados do petróleo.