Após uma longa sequência de resultados positivos, a Ecocataratas registrou em seu balanço de 2019 prejuízo de R$ 201,352 milhões.
O número é fruto do lançamento da previsão de R$ 250 milhões referentes ao acordo de leniência firmado ano passado com o MPF (Ministério Público Federal) para compensar reajustes tarifários abusivos e supressão
de obras contratuais em troca de pagamento de propina, conforme revelou a Operação Integração, um desdobramento da Lava Jato.
O resultado negativo é o primeiro desde 2011, dado mais antigo disponível no site da Ecocotaratas.
O contrato de concessão teve início em 1998 e corresponde ao lote 3, no trecho da BR-277 entre Foz do Iguaçu a Candói.
Se não tivesse fechado o acordo, a concessionária teria registrado lucro de R$ 48,648 milhões.
No ano passado, houve aumento de 1,1% no número de veículos que passaram as cancelas, totalizando 26,968 milhões, “devido ao aumento do uxo de exportação de grãos na região, do turismo de compras no Paraguai e devido à indução do tráfego decorrente da redução tarifária”, cita o relatório da administração.
Como consequência, a receita fechou em R$ 347,952 milhões no ano, alta de 8,7% em relação a 2018.
Do valor da Ecocataratas, R$ 120 milhões são devolução tarifária e para isso, ficou acordado desconto de 30% das tarifas “por pelo menos um ano”, o qual teve início dia 1º de outubro.
Até 29 de fevereiro, o desconto representava R$ 47,6 milhões (uma média de menos de R$ 10 milhões por mês), restando ainda R$ 72,4 milhões.
Se mantida a média dos cinco meses, o valor corresponderia a mais sete meses, terminando em setembro, contudo, houve significativa queda no movimento nas rodovias em função da paralisação do transporte rodoviário de passageiros e dos veículos de passeio, devido à quarentena adotada por diversos municípios.
Já os R$ 130 milhões devem ser gastos na readequação do Trevo Cataratas, em Cascavel, cujo orçamento ainda não foi apresentado pela Ecocataratas.
Segundo a concessionária, ela tem até a metade do ano para concluir a fase de projetos e orçamentos.
A expectativa é de que sobre parte desse dinheiro para ser aplicada em terceiras pistas ao longo da BR-277 no trecho concessionado.