A Associação Brasileira de Criadores de Suínos afirmou em nota que a ampla oferta de suínos e custos elevados de produção determinam neste momento a pior relação de troca da história da suinocultura do país.
O elevado custo de produção é um dos principais
Em levantamento realizado pela entidade, em janeiro deste ano a relação de troca do suíno disparou, ou seja, com a venda de 1 quilo de suíno se comprava 3 quilos e 665 gramas de milho e, com o farelo de soja, foi de 2 quilos e 110 gramas.
Como base de referência, de modo geral considera-se como ideal, para que se tenha margem positiva na atividade, que 1 quilo de suíno vivo seja suficiente para comprar ao menos 6 quilos de milho ou, no mínimo 3 quilos e 500 gramas de farelo de soja.
Segundo a ABCS, o prejuízo contabilizado pela atividade neste início de ano é realmente assustador.
A entidade aponta vários motivos para o setor ter chegado a esta situação, como por exemplo as exportações da proteína suína para a China que começaram a diminuir entre outubro de 2021 até janeiro deste ano.
No primeiro mês de 2022, o país asiático se manteve na liderança das aquisições do Brasil, mas isso não representou a metade das exportações.
A Rússia que, ao anunciar cota de 100 mil toneladas para o primeiro semestre deste ano, representou uma esperança de compensar o recuo chinês, ainda se mostrou muito tímida nas compras, pelo menos em janeiro, com apenas 1.657 toneladas.
Em 2021 a disponibilidade interna de carne suína aumentou em mais de 284 mil toneladas, quando comparado com o ano anterior, resultando em incremento do consumo de 1 quilo e 200 gramas por habitante/ano, ou seja, crescimento de 7%, o maior salto da história em um ano.
A média exportada nos primeiros nove dias úteis de fevereiro ficou em pouco mais de 3 mil e 100 toneladas por dia, contra 4 mil toneladas diárias em fevereiro do ano passado, indicando que não haverá, ao menos neste início de ano, crescimento significativo das exportações.
Outro fator foi que a queda do preço de venda do suíno vivo foi agravada pelo custo de produção ainda em alta.
Além disso, mesmo com a colheita da primeira safra de milho em curso, o milho segue em alta por causa da estiagem e quebra da produção na região Sul.
Os preços do farelo de soja também continuam em ritmo de alta, se aproximando dos 3 mil por tonelada em algumas praças.