Avicultura tenta se reinventar para superar as dificuldades

A atividade continua trabalhando com margem apertada

 

Uma sucessão de adversidades atribuídas à pandemia do novo coronavírus e ao elevado custo de produção, jogaram um balde de água fria nas expectativas dos avicultores, porém, a ‘saga’ continua.

Esta não é a primeira e, certamente, não será o último período de dificuldades para do setor.

Nos últimos seis meses, os itens que mais pesaram no bolso do avicultor foram o custo da energia elétrica, a lenha que aquece os aviários e a mão de obra.

Os dados são de levantamento apresentado pelo Sistema Faep/Senar.

Como em anos anteriores, a atividade trabalha com margem apertada, se agravando com a alta em diversos itens indispensáveis.

Outra conclusão do estudo é que, quanto maior a escala de produção, menor é o prejuízo; e que nas regiões onde os produtores participam ativamente das Comissões de Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração existe mais capacidade de negociação junto às integradoras.

O levantamento de custos conduzido pelo Sistema Faep/Senar mostrou que 92% das propriedades analisadas estão trabalhando no vermelho, pois não conseguem cobrir os custos totais de produção com o valor recebido pelas integradoras.

Em 88,5% dos modais, o saldo recebido cobriu os custos variáveis, o que significa que a remuneração recebida pelos produtores foi suficiente apenas para arcar com as despesas do lote.

Mesmo assim, no médio e longo prazos, a atividade fica prejudicada, pois não teria como cobrir o desgaste dos equipamentos, renovar nem ampliar suas instalações.

Segundo a técnica do Departamento Técnico e Econômico da FAEP, Mariani Benites, em praticamente todas as regiões e modais analisados, a remuneração dos produtores não aumentou na mesma proporção que os custos de produção.

Das 26 propriedades modais analisadas, apenas duas apresentaram saldo sobre o custo total positivo.

Ainda, 11,5% não conseguiram sequer arcar com o custo variável, ou seja, estes pagaram para trabalhar.