Cerca de 1.500 agentes públicos do PR têm contas reprovadas pelo TC

Mesmo condenados poderão ser candidatos por conta do adiamento das eleições

 

O Tribunal de Contas do Estado entregou ontem  ao Tribunal Regional Eleitoral   da relação de 1496 políticos e agentes públicos que tiveram suas contas desaprovadas nos últimos oito anos e cujos processos foram finalizados.

Desse total, 492 prefeitos ou ex-prefeitos, quatro vice ou ex-vice-prefeitos e 289 vereadores ou ex-vereadores, entre os quais  169 são presidentes ou ex-presidentes de câmaras municiais.

A lista de ‘inelegíveis’ serve de base para análise da Justiça Eleitoral para validação ou não de candidaturas às próximas eleições.

A lista  apresenta informações referentes a todos os prefeitos e gestores públicos que, segundo o TRE, “demonstraram má conduta na administração do dinheiro público nos últimos oito anos”.

O encaminhamento da pesquisa à Justiça Eleitoral deve acontecer todos os anos em que forem realizadas as eleições pois a  divulgação dos nomes auxilia o TRE-PR a definir os candidatos que ficarão inelegíveis nas próximas eleições.

Apesar da inclusão do nome na lista não representar, de imediato, impedimento para a pessoa concorrer ao pleito, o documento também tem o propósito de orientar o cidadão na escolha dos candidatos no momento do voto.

Neste ano, a relação tem duas novidades, sendo a primeira o levantamento georreferenciado  que traz a quantidade de registros de irregularidades por município  e a segunda, a síntese das irregularidades – que apresenta as principais causas de desaprovação.

O responsável que constar nessa pesquisa não poderá emitir certidão negativa de contas julgadas irregulares ou de contas julgadas irregulares com implicação eleitoral, contudo, após a entrega da Lista à Justiça Eleitoral, é possível que um nome seja retirado, por decisão do próprio Tribunal de Contas ou do Poder Judiciário.

Neste ano, no entanto, mudanças impostas pelo Superior Tribunal Eleitoral  podem comprometer a efetividade da lista, pois nesta semana  o TSE  definiu que não haverá inelegibilidade com base na Lei da Ficha Limpa.

O motivo foi o adiamento das eleições, que afetaria o prazo de resguardo de oito anos para alguns candidatos.