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Com apoio da Adapar, Polícia Civil investiga adulteração em fertilizantes

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e a Polícia Civil do Paraná (PCPR) acompanham a ocorrência de adulteração de fertilizantes na região Oeste.

Laudo concluído neste mês pela Adapar confirmou a fraude em produtos apreendidos em abril pela delegacia em Marechal Cândido Rondon.

Na ocasião, a polícia localizou seis cargas que seriam adulteradas: duas delas foram apreendidas e um motorista detido no momento da entrega, mas ninguém foi preso.

De acordo com o delegado Rodrigo Baptista Santos, os fertilizantes eram provenientes do Porto de Paranaguá e foram entregues em empresas de Marechal Cândido Rondon e Mercedes.

Conforme o delegado, até o momento, foram identificadas seis cargas com valor aproximado de 91 mil reais, gerando um prejuízo de mais de 500 mil reais: a polícia está buscando os autores das adulterações.

A coordenadora do Programa de Fiscalização de Fertilizantes da Adapar, Caroline Garbuio, explica que diversos itens nos fertilizantes suspeitos indicaram, inicialmente, que se tratava do produto original, como a origem fiscal, registro do estabelecimento produtor, especificações, características das embalagens, entre outros.

No entanto, avaliações mais detalhadas revelaram diferenças e conforme explica a Adapar, desta forma, foram feitas coletas oficiais, considerando 222 toneladas desses fertilizantes suspeitos, e encaminhadas para análise em laboratório oficial do Estado, que comprovou a adulteração.

De acordo com o laudo, o rótulo do fertilizante declarava que a fórmula apresentava 7% de nitrogênio, 34% de fósforo e 12% de potássio, porém, apresentou 0,7% de nitrogênio, 5,2% de fósforo e 3,8% de potássio.

A coordenadora explica que o uso dos fertilizantes permite tornar um solo pobre em nutrientes em um solo agricultável e produtivo: a matéria-prima, geralmente adquirida de outros países, apresenta significativo impacto no custo de produção dos agricultores.

Em 2016, a Adapar atendeu casos de adulteração em Toledo e Cascavel; os agricultores tinham comprado aproximadamente 200 toneladas produzidas por empresa idônea e comercializados por estabelecimentos devidamente registrados.

Porém, ao iniciar a semeadura, os produtores perceberam anormalidades nas características físicas do produto e comunicaram a agência: após amostragem oficial, o resultado acusou deficiência em todos os nutrientes.