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Com o preço do milho disparado, avicultura faz novo apelo ao governo

A explosão dos preços da soja e do milho no ano passado, a qual se acentua agora no caso do milho, leva o setor de carnes, especialmente avicultura e suinocultura, a uma crise sem precedentes.

 

O setor pode enfrentar uma crise sem precedentes 

 

O milho, principal componente da ração de aves, saiu de R$ 35 a saca de 60 quilos há um ano, chegou a R$ 70 em dezembro e agora caminha para R$ 110, um salto triplo para o período.

Sem ver saída, o setor vai recorrer ao governo federal.

Segundo o vice-presidente do Sindiavipar (Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná), José Antonio Ribas Junior, este “é o momento mais crítico, difícil da história do nosso setor”.

A consequência imediata será a redução da produção já a partir de maio, mas não está descartado o fechamento de unidades.

A crise no passado era de desabastecimento, mas agora tem crise no abastecimento, preço muito difícil, pandemia, e consumidor descapitalizado.

Ribas Junior explica que, ano passado, o setor tinha expectativa de que o preço do milho havia atingido o teto e que retornaria ao equilíbrio.

Além de isso não acontecer, atingiu novos patamares inéditos.

Em Santa Catarina, ontem, o milho já era vendido a R$ 105 a saca no balcão. “Todos os sinais indicam que chega a R$ 110 [a saca].

Por duas razões: primeira que o estoque mundial está baixo, a Bolsa de Chicago está puxando para cima e a situação climática está gerando movimento especulativo por conta do décit de chuva… tudo isso tem contribuído para o cenário especulativo de subida de preço”, resume o representante do setor.

Segundo Ribas Junior, o custo do animal vivo aumentou 35% em um ano, mas porque parte desses animais comeu milho mais barato.

O vice-presidente do Sindiavipar acrescenta que vai haver ajuste de alojamentos para tirar a pressão do milho e ver se disponibiliza mais.

Na média, deve passar de 10% a redução dos novos alojamentos e redução de peso médio.

No início do ano, a previsão inicial era uma produção de 14,1 milhões de tonelada de frango, a qual foi revisada agora e continua nesse patamar.