Correios anunciam plano de recuperação financeira prevendo demissões e fechamento de até mil agências pelo País.

Correios — Foto: Marcelo Camargo

Os Correios anunciaram a aprovação de um amplo plano de reestruturação que prevê o fechamento de até mil agências deficitárias, a contratação de uma operação de crédito de até 20 bilhões de reais e uma série de medidas para reduzir o rombo recorde das contas que, apenas neste ano, já soma cerca de 4 bilhões e meio de reais.

O valor supera todo o resultado negativo de 2024.

O documento estabelece ações divididas em três fases: recuperação financeira, consolidação e crescimento.

As medidas foram baseadas em uma análise profunda do atual modelo de negócio, que já não comporta a estrutura inchada da empresa.

“Mesmo diante dos desafios conjunturais e econômicos, a estatal reafirma seu compromisso com a universalização, buscando soluções sustentáveis para equilibrar eficiência, qualidade e inclusão. Única empresa pública federal presente em todo território brasileiro, com atendimento universalizado, somente os Correios são capazes de conectar cada brasileiro, em qualquer município”, defendeu a estatal para justificar o plano de reestruturação.

Segundo o plano, a estatal promete, nos próximos 12 meses, atacar despesas consideradas críticas, incluindo um Programa de Demissão Voluntária, a revisão dos custos do plano de saúde e a exigência de “100% de adimplência com fornecedores”.

Outro eixo prevê a modernização operacional, readequação da infraestrutura tecnológica e liquidez assegurada para a transição do modelo econômico até 2026.

A venda de ativos, incluindo imóveis com potencial de arrecadar R$ 1 bilhão e 500 milhões , também faz parte da estratégia.

A otimização da rede de atendimento deve resultar na redução de até mil pontos considerados deficitários, abrindo espaço para a expansão do portfólio voltado ao e-commerce e para novas parcerias estratégicas.

A estatal também admite a possibilidade de fusões, aquisições e reorganizações societárias para fortalecer sua competitividade.

Com a execução dessas medidas, os Correios projetam reduzir o déficit em 2026 e voltar ao lucro em 2027.

Segundo o plano, a reestruturação é essencial para garantir que a empresa continue operando em todo o país de forma sustentável.