Operador Nacional diz que aplicação não traz beneficio para o sistema
Novos estudos do Operador Nacional do Sistema Elétrico apontam que a aplicação do horário de verão neste ano não traz benefícios para a operação do sistema elétrico nacional.
A análise sobre a possibilidade de retomar o mecanismo, extinto em 2019 pelo presidente Jair Bolsonaro, foi feita a pedido do Ministério de Minas e Energia em agosto mas a decisão sobre a medida caberá ao governo federal.
Os resultados devem ser apresentados na próxima reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, colegiado presidido pelo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, cujo encontro está previsto para a esta quarta-feira, 5.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico informa que conduziu análises sobre uma possível aplicação do Horário de Verão em 2022.
Os resultados obtidos não apontaram benefícios para a operação do Sistema Interligado Nacional decorrentes dessa medida.
Neste contexto, o ONS reforça que cabe ao Governo Federal definir se aplicará ou não a medida.
Criado com a finalidade de aproveitar o maior período de luz solar durante a época mais quente do ano, o horário de verão foi instituído no Brasil em 1931 pelo então presidente Getúlio Vargas e adotado em caráter permanente a partir de 2008.
Ocorre porém que mudanças nos hábitos do consumidor e avanço da tecnologia reduziram a relevância da economia de energia ao longo dos anos e esse foi o argumento usado pelo governo para extinguir a medida em 2019.
O novo estudo foi solicitado justamente para entender se houve alguma alteração nesse cenário com o crescimento da geração de energia solar, sobretudo pela expansão dos sistemas de geração distribuída.
O objetivo era entender quais seriam os efeitos de adiantar o pico de consumo do início da noite para um horário em que ainda há sol e geração dessa fonte, o que poderia reduzir a necessidade de acionar outras que podem custar mais caro.