A demanda por grãos do Brasil cresceu recentemente, uma vez que uma seca histórica que reduz o nível do rio Paraná afeta o escoamento de safras da Argentina e do Paraguai, levando alguns compradores a trocar as origens das aquisições, disse um comerciante brasileiro.
O Brasil é o segundo exportador global de milho, atrás dos Estados Unidos, enquanto a Argentina costuma figurar em terceiro, sendo também o maior exportador de farelo e óleo de soja.
O movimento se explica em função dos maiores custos e riscos para carregar grãos na Argentina, uma vez que as embarcações não têm sido completadas em toda a capacidade devido à possibilidade de encalharem no rio, segundo relatos de operações no mercado argentino.
Ontem por exemplo, um navio com farelo de soja da chinesa Cofco que carregava mais de 40 mil toneladas encalhou e bloqueou o tráfego na área do porto de Timbués.
Compradores no exterior estão buscando cargas adicionais no Brasil para carregar todo o navio, que antes previam carregar na Argentina, ou mesmo para realizar uma operação conhecida como “top-off”, por meio da qual o comprador pode completar uma carga de um navio que saiu de outro porto com capacidade em seus porões.
Segundo relatos na Argentina, embarcações do tipo Panamax, que poderiam zarpar com cerca de 55 mil toneladas, estão saindo dos terminais argentinos de Rosario com 10 mil toneladas a menos.