Rádio Difusora do Paraná

Disparada do trigo preocupa supermercadistas

Preço do grão bate recorde na Bolsa de Chicago

 

O preço do trigo na Bolsa de Chicago bateu na ultima segunda-feira, (07) , o recorde histórico de  12 dólares e 94 cents  por bushel, pressionado pela guerra entre Rússia e Ucrânia, dois grandes produtores do grão.

A marca supera a cotação atingida em março de 2008, de US$ 12,83, no boom das commodities.

Desde o início do confronto, o trigo já subiu 46,25% em Chicago.

A disparada da cotação do trigo começa a ser sentida pelos supermercados nas negociações com os fornecedores.

A Associação Paulista de Supermercados (Apas) recebeu relatos de supermercadistas apontando que os preços da farinha já teriam aumentado 15% na última semana e que haveria indicações de novos reajustes dessa magnitude.

No caso do óleo de soja, outro produto que é influenciado pelo trigo, o preço da indústria teria sido remarcado em cerca de 20% em uma semana.

“É um sinal de alerta”, afirma Rodrigo Marinheiro, executivo de relações institucionais da Apas.

Ele diz que esse aumento de preços ainda não foi captado pelo indicador de inflação dos supermercados de fevereiro, mas deve aparecer neste mês, inclusive com reflexos nas cadeias de derivados, como massas, biscoitos e outros óleos, como de milho e girassol.

O temor é de que se repita com o trigo o que aconteceu recentemente com arroz, quando os produtores nacionais exportaram o grão, o que turbinou os preços no mercado interno.

Nas últimas semanas, informações de mercado indicavam que os moinhos brasileiros estavam abastecidos, portanto, essa nova tabela de preços da farinha apresentada aos supermercados pelos moinhos já estaria levando em conta o custo de reposição do grão que está mais alto.

Questionada sobre os reajustes dos preços da farinha de trigo pelos moinhos, a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) informou, por meio de sua assessoria, que “a entidade não discute preço, pois cada empresa toma a decisão que melhor atende a seus interesses”.

Segundo a consultoria Safras & Mercado, os moinhos estão voltando às compras e agora enfrentam dificuldade para fechar negócios porque o trigo está custando quase 30% a mais em reais do que antes da guerra.