Rádio Difusora do Paraná

Em meio a crise, produtores travam luta pela sobrevivência no Estado

Os bovinocultores estão quase indo a “nocaute”

 

Diante de fortes oponentes como o alto custo de produção, importação da Argentina e do Uruguai, queda no preço do produto pago ao produtor e falta de suporte do poder público, os bovinocultores estão quase indo a nocaute.

Resta, agora, o apelo às autoridades para que tomem medidas de fomento à cadeia produtiva e a “esquiva” dentro da porteira, na busca pela redução dos gastos, esperando que o mau momento passe antes da temida queda à lona.

Neste duelo, em todas as regiões do Paraná, os produtores que resistem têm a gestão como prioridade.

Muitos vivem dilemas como mudar a dieta dos animais em determinadas fases, redução do tempo de ventilação em dias menos quentes para economizar na conta de luz, corte de funcionários, secar animais antes do tempo habitual, descarte de vacas menos produtivas, entre outras medidas necessárias para a sustentabilidade do negócio.

No município de Marechal Cândido Rondon, o produtor e o presidente do Sindicato Rural, Edio Chapla também precisou alterar o planejamento para se manter na atividade.

Ele disse que quando começou a produzir leite, há oito anos, o plano era atingir 100 vacas em lactação em 2023., mas com as dificuldades enfrentadas nos últimos tempos, fizeram com que alcançasse somente 40 animais no atual momento, com produção de 1.300 litros por dia.

Nem mesmo o inverno, período no qual historicamente as cotações do leite costumam aumentar, fez o preço pago ao produtor subir.

Conforme dados do Conseleite-PR, desde abril, o preço de referência para o leite vem acumulando quedas consecutivas.

Outro fator de dificuldade envolve a oscilação no preço dos grãos, o que afeta diretamente o custo de produção de alimentos para as vacas.

As estratégias adotadas pelos produtores para resistir ao momento sinalizam para caminhos comuns em todas as regiões do Paraná.

Diante do cenário alarmante, está clara a necessidade de eficiência na gestão da propriedade rural leiteira, para enfrentar oponentes pesos pesados como a importação de leite em pó do Mercosul, por exemplo.