Previsões indicam que dificuldades não ficarão restritas a 2021
A seca prolongada e o registro de geadas provocam uma conta de prejuízos econômicos que ganhou força nas últimas semanas e assusta especialistas, empresários e consumidores no país.
Em conjunto, as alterações climáticas espalham reflexos negativos pela economia, atingindo desde a produção agropecuária até o bolso das famílias nas cidades.
Safra menor no campo, aumento de custos para indústria e serviços e escalada da inflação ilustram a sequência de efeitos associados aos fenômenos extremos.
O quadro representa um desafio adicional para a tentativa de reação econômica durante a pandemia e, segundo analistas, ameaça atrasar até decisões de investimento de empresas.
Para piorar, as dificuldades não devem se restringir a 2021.
Os últimos levantamentos preveem aumento de custos e a pressão inflacionária tendem a ultrapassar a virada do ano.
A consultoria MB Associados estima que, sem os impactos adversos do clima, o Produto Interno Bruno poderia crescer 5,5% em 2021 porém, por causa dos prejuízos com a crise hídrica e o frio intenso, o avanço deve ser menor, de 4,7%.
Na prática, isso significa uma perda de cerca de 60 bilhões para o PIB em razão do clima.
Segundo o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, essa é uma projeção otimista para as perdas, pois o dano pode ser maior se ocorrerem efeitos mais drásticos do clima sobre a atividade produtiva até o final do ano.
Entre eles, está o risco de racionamento de energia elétrica devido à crise hídrica, o que comprometeria a operação de vários setores.