Gleisi deve ser reeleita para presidência nacional do PT

A deputada federal paranaense Gleisi Hoffmann deve ser reconduzida à presidência nacional do PT, após a corrente majoritária da sigla, Construindo um Novo Brasil (CNB), vencer as eleições internas da legenda, com um discurso em defesa de uma grande frente democrática, inclusive com setores do centro, para enfrentar o governo Jair Bolsonaro. Com 87% dos votos apurados até a noite de quarta-feira, a CNB tinha 52% dos votos contra 13% da segunda colocada, a chapa composta pelas correntes Democracia Socialista (DS) e Militância Socialista.

Os principais adversários de Gleisi, por enquanto, são dois colegas de bancada na Câmara: Paulo Pimenta (RS) e Paulo Teixeira (PT-SP). Os dois integram a chapa Resistência Socialista, corrente nova surgida a partir dos mandatos parlamentares e que estava em terceiro lugar, com 10% dos votos apurados até a noite de quarta-feira. O professor de história Valter Pomar, da Articulação de Esquerda, que teve 5%, também deve concorrer.

Unidade – O discurso de unidade defendido pela CNB, no entanto, esbarra na prioridade que a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou durante o processo eleitoral do partido. Cerca de três mil das aproximadamente cinco mil chapas inscritas em todo o Brasil tinham “Lula Livre” no nome, inclusive quatro das nove nacionais. A tese vencedora “Lula livre para mudar o Brasil” usa as mensagens entre integrantes da Lava Jato reveladas pelo The Intercept Brasil para argumentar que a operação tinha como objetivo criminalizar o PT, derrubar a ex-presidente Dilma Rousseff e tirar Lula do jogo eleitoral.

“Já não se trata de provar mais nada. A condenação fraudulenta de Lula tornou-se evidente. Cabe aos tribunais superiores reconhecerem a sua inocência e libertá-lo”, diz a tese.

Segundo dirigentes petistas, o PED deixou claro que a defesa do “Lula Livre” é unanimidade hoje no partido. “É um ponto de unidade no PT. Ninguém no partido defende nada diferente disso”, afirmou o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS).

Sectarismo
A insistência em colocar o “Lula Livre” na pauta de manifestações e eventos realizados em conjunto com outras forças políticas tem, algumas vezes, sido um obstáculo para que o PT participe de articulações para unificar a centro-esquerda como frente de oposição ao governo Bolsonaro.

Duas semanas atrás, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e o ex-ministro Aloizio Mercadante, deixaram de ir ao ato de lançamento da frente ampla Direitos Já, no Teatro da Universidade Católica de São Paulo (Tuca) por que os organizadores se recusaram a incluir o “Lula Livre” na pauta do evento. A reação foi uma saraivada de críticas de outros setores da centro-esquerda que, nas redes sociais, acusaram o PT de sectarismo.

 

Fonte: Bem Paraná com agências