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Hospital Regional de Toledo será inaugurado nesta sexta (6)

Após mais de 10 anos de espera, solenidade ocorrerá às 9h e será prestigiada por diversas lideranças; gerido pelo Ideas, HRT contará, ao todo, com 89 leito

 

O sonho de ver o Hospital Regional de Toledo (HRT) em funcionamento está prestes a ser realizado. Nesta sexta-feira (6), às 9h, será inaugurada a estrutura aguardada há mais de dez anos pela comunidade do Oeste do Paraná em evento aberto ao público em geral e que será prestigiado por diversas lideranças, como o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

O hospital contará com setor administrativo completo, pronto-atendimento referenciado, ambulatório de especialidades, centro diagnóstico de imagem, farmácia, laboratório de análises clínicas, cozinha, rouparia, 8 centros cirúrgicos, 10 consultórios, 10 leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) e 79 leitos de enfermaria (59 para internamento, 9 de recuperação pós-anestésica [Repae], 6 de pronto-socorro, 3 de recuperação pós-exame e 2 de estabilização. Toda esta estrutura, que priorizará procedimentos cirúrgicos eletivos, sobretudo nas áreas de ortopedia, ginecologia urologia, cirurgia geral e cirurgia vascular, possui 9.154,24 metros quadrados construídos numa área total de 23.418,88 metros quadrados, localizada na Avenida da União,751 – Jardim Coopagro.

A estrutura do HRT estará aberta para visitação na sexta-feira e passará por desinfecção durante o fim de semana. As portas do estabelecimento se abrem efetivamente para o público a partir de segunda-feira (9).

Momento histórico

Desde que foi iniciada, em abril de 2012, quase R$ 40,2 milhões (valores não corrigidos) foram investidos na obra e na aquisição de equipamentos e mobiliário (média de R$ 4.400,00 por metro quadrado), sendo que o total de repasses feitos pelos governos federal (via portaria ou convênio com o Ministério da Saúde), estadual (via convênio com Secretaria de Estado da Saúde) e municipal (recursos próprios) tiveram a mesma proporção. A estrutura construída será gerida, mediante contrato de concessão onerosa, pelo Instituto de Desenvolvimento, Ensino e Assistência à Saúde (Ideas), que ficou responsável pela contratação de toda a equipe que, no auge das operações, poderá chegar a 800 colaboradores pessoas físicas e jurídicas.

Segundo a secretária da Saúde, Gabriela Kucharski, o HRT será um divisor de águas para Toledo. “É muito emocionante ver o Hospital Regional de Toledo sendo inaugurado. É uma mistura de sentimentos, que nem sei como vou conseguir discursar na solenidade sem ir às lágrimas. Certamente será o ponto alto da nossa gestão à frente desta pasta. A partir de agora, os pacientes dos municípios da 20ª Regional de Saúde poderão ter facilitado o acesso a vários procedimentos de alta complexidade, permitindo que os tratamentos sejam iniciados e concluídos aqui. Neste sentido, temos trabalhado para constituir uma sede própria e aumentar o número de atendimentos na Central de Especialidades e agora, com o HRT, poderemos contribuir para diminuir a fila de espera por cirurgias eletivas”, analisa. “Como foi criado um estigma em torno da construção do Hospital Regional de Toledo, vejo como foi acertada a decisão tomada por esta gestão, no início do mandato, em colocar técnicos nos principais postos da Secretaria de Saúde. Tanto a equipe que lidero quanto os servidores de várias pastas abraçaram esta causa e construíram os entendimentos para que a obra andasse, pois viram a necessidade de fazer aquela estrutura funcionar, pois nossa região, apesar de tão rica, está longe dos grandes centros médicos e a população do Oeste do Paraná precisa muito de um hospital desta envergadura à disposição. Sem estas pessoas tão competentes e dedicadas, possivelmente o hospital ainda não estaria em condições de ser operado. Em razão disso, sinto um orgulho enorme de poder fazer parte deste momento especial para o Sistema Único de Saúde de Toledo. SUS, aliás, para o qual sempre trabalhei desde que me formei em 2009 e a entrega desta obra será uma das grandes marcas da minha carreira, algo que levarei para sempre em meu coração”, salienta.

O prefeito em exercício Ademar Dorfschmidt convida a população a prestigiar este momento histórico para Toledo. “Este momento da minha vida lembra muito aquele sentimento de magia que tinha quando era criança. A entrega desta obra não aconteceu num estalar de dedos, mas a beleza do que vamos viver é incomparável, pois essa inauguração não é uma conquista pessoal de ninguém, é uma conquista coletiva, de todos que trabalharam para que essa estrutura ofereça um atendimento ainda melhor na nossa saúde pública”, destaca. “Em todos estes anos, vários obstáculos precisaram ser vencidos, mas não quero me lembrar de nenhum ponto negativo, apenas dos positivos, pois estamos entregando um hospital bonito, bem estruturado e com equipamentos de última tecnologia. A partir de sexta-feira, começaremos a escrever uma bela história cuja primeira página ainda está em branco. Estou muito feliz e, ao lado do prefeito Beto Lunitti, quero compartilhar esta felicidade com toda a população, a quem deixo meu convite para prestigiar esta grande festa”, comenta.

Esforço coletivo

O Hospital Regional de Toledo (HRT) começou a sair do papel em abril de 2012, mas problemas com prestadores e questionamentos realizados na seara judicial atrasaram o seguimento do projeto. Depois de muitas idas e vindas, no fim de março de 2021, o vice-prefeito Ademar Dorfschmidt, que havia assumido a chefia interina do Executivo Municipal porque o titular estava em tratamento contra a Covid-19, criou um grupo de trabalho com o objetivo de destravar esta obra.

Faziam parte desta força-tarefa representantes da empresa que estava executando os trabalhos na edificação, vereadores, membros do Conselho Municipal da Saúde (CMS) e representantes da sociedade civil, como da subseção local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Observatório Social. Os membros deste colegiado também discutiram acerca do retorno dos equipamentos já adquiridos que estavam cedidos a outras estruturas enquanto o HRT não ficava pronta e o modelo de gestão a ser adotado. 

Graças a este esforço conjunto foi possível promover uma concorrência pública entre entidades interessadas em fazer a gestão do hospital. A vencedora do certame foi o Ideas, com quem o governo municipal firmou, na segunda quinzena de maio, contrato com duração de 10 anos (prorrogável por igual período quantas vezes for conveniente para as partes envolvidas).

Concessão onerosa

A concessão onerosa é uma prática comum na administração pública, sobretudo para administração de rodovias e aeroportos, e, no caso da saúde, podem recebê-la pessoas jurídicas que possuam Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas) concedido a organizações sem fins lucrativos que prestam serviços nas áreas de assistência social, educação ou saúde. Sem paralelo, o modelo adotado para o Hospital Regional de Toledo é inovador e pode inspirar outros entes federativos – que buscam alternativas viáveis para a gestão de hospitais – a também o seguirem.

Para o HRT adotou-se um modelo que busca o aprimoramento e a eficiência na prestação dos serviços públicos em saúde, com a concessão de uso e exploração do bem público, mediante concorrência pública, do imóvel de sua propriedade, com as respectivas instalações, equipamentos, instrumentos e mobiliário, com o objetivo de: prestação universal dos serviços de atenção à saúde; aquisição, gestão e logística de suprimentos farmacêuticos e hospitalares; aquisição, gestão e logística de equipamentos médico-hospitalares; aquisição, gestão e logística da rede de lógica e software; gestão, guarda, conservação e manutenção do prédio, terreno e bens inventariados, incluindo mobiliário e os equipamentos médico-hospitalares; contratação e gestão de profissionais de todas as áreas concernentes à operação da unidade hospitalar; execução direta e gestão dos serviços acessórios e necessários ao funcionamento do hospital; operacionalização do atendimento integral, multiprofissional e interdisciplinar aos usuários; implementação de processos de humanização durante todo o período de atendimento e internação; administração da oferta e gestão de leitos; atendimento e realização de exames laboratoriais; realização de cirurgias eletivas e de emergência; e autorização/liberação de acadêmicos dos cursos de saúde para estágio curricular.

Fonte: Assessoria