Rádio Difusora do Paraná

Itaipu prepara plano de investimentos para após 2023

Estudos serão discutidos nos debates em torno da revisão do Anexo C

Em 2023, quando estará quitada a dívida contraída para a construção da usina, nos anos 1970 , a Itaipu Binacional terá a disposição cerca de 2 bilhões de dólares por ano, liberados em seu orçamento .

No lado brasileiro, que herdará metade do montante , mais de 5 bilhões de reais ao ano, Itaipu estuda a possibilidade de dar apoio financeiro para a construção de outras hidrelétricas pelo país.

De acordo com o diretor-geral brasileiro, general Joaquim Silva e Luna, um dos projetos que já está no radar seria realizado em Rondônia, próximo à cidade de Guajará-Mirim, onde seriam construídas duas usinas no rio Mamoré, na fronteira com a Bolívia.

A Eletrobras e a Empresa Nacional de Electricidad, a estatal boliviana, junto com o Banco de Desenvolvimento da América Latina, já contrataram o inventário hidrelétrico da bacia do Rio Madeira, na qual as novas usinas serão localizadas.

Os estudos envolvem o aproveitamento da energia dos rios Madeira, Abunã, Beni, Mamoré e seus afluentes.

O trabalho está sendo executado por uma empresa contratada, vencedora de uma licitação internacional.

O site do inventário apontava o mês de setembro de 2019 como prazo para o término dos estudos, porém ainda estão em andamento e devem ser finalizados agora em 2020.

Em função da pandemia do coronavírus, as equipes de campo suspenderam, temporariamente, os contatos com as populações locais e as reuniões presenciais nas áreas de estudo.

Além da viabilidade técnica, o projeto também deve levar em conta os impactos ambientais e sociais da construção de mais uma hidrelétrica na região.

Outras duas usinas já existem próximas a Guajará-Mirim: Santo Antônio e Jirau.

De acordo com o general Silva e Luna, a possibilidade de Itaipu entrar com os recursos financeiros neste e em outros projetos é um dos cenários que está sendo avaliado para a revisão do tratado entre Brasil e Paraguai.

Com a quitação da dívida, Brasil e Paraguai vão revisar o anexo C do tratado , que diz respeito às regras de comercialização de energia.

Para definir como será o novo arranjo de comercialização da energia de Itaipu, os dois países já estão realizando estudos em grupos criados especificamente para isso.