Rádio Difusora do Paraná

‘Janela’ deve ter recorde de trocas de partidos na Assembleia Legislativa

Bancadas na Assembleia e Câmara começam a definir posições

 

Conforme o calendário eleitoral, de  3 de março até  1º de abril, transcorrerá o período da janela de migração partidária na qual deputados estaduais, distritais e federais podem mudar de partido sem apresentar justificativa para concorrer às eleições majoritárias ou proporcionais.

As mudanças são guiadas pela adaptação de cada deputado ao cenário da disputa pelo governo do Estado e a presidência da República.

A maioria deve buscar siglas alinhadas com seus pré-candidatos ao Palácio Iguaçu e ao Planalto.

Boa parte dos deputados que vão mudar de partido o farão em busca de uma legenda que apoie a reeleição do governador Ratinho Júnior .

O presidente da Assembleia, Ademar Traiano, por exemplo, já anunciou que está de saída do PSDB para aderir ao PSD de Ratinho Jr.

Ele confirmou a intenção depois que o PSDB lançou a pré-candidatura do ex-prefeito de Guarapuava, César Silvestri, ao governo do Estado.

O mesmo deve fazer o deputado estadual Paulo Litro, que renunciou à presidência do PSDB do Paraná após a filiação de Silvestri.

O PSB negocia nacionalmente uma federação com o PT do ex-presidente   Lula, pré-candidato à Presidência, o qual  já anunciou a intenção de apoiar no Paraná a pré-candidatura do ex-governador Roberto Requião  ao Palácio Iguaçu.

Os deputados do PSB, porém, apoiam a reeleição de Ratinho Jr  e afirmam ter a garantia da direção nacional da legenda para manter esse apoio.

Eles não descartam deixar a legenda caso o partido insista em lançar Requião ao governo.

A “janela partidária” que se abre também deve mudar a correlação de forças na bancada federal do Paraná.

No PSL, por exemplo, deputados devem deixar a sigla em busca de uma legenda que apoie a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O deputado federal Filipe Barros se lançou pré-candidato ao governo do Paraná com o apoio de Bolsonaro  e deve migrar para um partido que apoie a reeleição do presidente, já que o União Brasil até agora não definiu quem apoiará para a presidência.

O mesmo deve fazer a deputada federal Aline Steujes, igualmente aliada ao presidente.

Já o Democratas deve perder o vice-líder do governo na Câmara Federal, deputado Pedro Lupion, que também pretende buscar uma sigla que apoie Bolsonaro.

Já na Assembleia, os quatro deputados devem ficar no União Brasil: Élio Rusch, Nelson Justus, Plauto Miró e Dr Batista, todos apoiadores de Ratinho Jr.

Em  torno dessas especulações, o  governador Ratinho Jr  tende a ficar neutro na eleição presidencial, já que mantém boa relação com Bolsonaro e com o ex-juiz Sergio Moro, também pré-candidato à presidência da República.