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Jovem de 22 anos é detido acusado de matar o pai em Toledo; situações de violência doméstica motivaram o crime

A morte de Bruno Sobota, de 53 anos, ocorrida no meio da tarde da última terça-feira, 31 de janeiro, foi solucionada em menos de 24 horas pela Polícia Civil de Toledo (PC). O filho da vítima, de 22 anos, foi apreendido e confessou o crime. O filho mais novo tem 14 anos e sabia das intenções do irmão mais velho e também foi apreendido.

Bruno foi morto com um tiro na cabeça dentro de sua residência, localizada na Rua Mathias Fuhr, no Jardim São Francisco. A vítima vendia peixes e era muito conhecida na vizinhança. Ele residia com a esposa e com o filho de 14 anos.

Conforme as investigações realizadas pela Polícia Civil, o filho mais jovem estava no banheiro no momento do ocorrido e não presenciou a morte do pai. A mãe estava trabalhando e não sabia da intenção do filho mais velho.

O delegado-chefe da 20ª Subdivisão Policial de Toledo (20ª SDP), Alexandre Macorin, afirmou que o crime foi planejado pelo filho mais velho. “A mecânica do crime é a seguinte. O filho de 22 anos planejou e executou tudo, enquanto o menor de idade apenas sabia das intenções do irmão e colaborou com as investigações”. O delegado ressaltou ainda que não é a intenção da Polícia manter o menor de idade sob custódia. “Vamos informar o Poder Judiciário que a Polícia não tem a intenção de manter o menor sob custódia. Ele colaborou com as investigações e não participou do ato de execução, mas somos profissionais e ele confessando que sabia do que iria ocorrer, a gente achou que o mais indicado era mantê-lo em custódia inicialmente e deixar o Judiciário decidir”, esclareceu.

O rapaz de 22 anos foi preso em flagrante no início da noite de ontem, 31. Ele residia em um bairro próximo e matou o pai com um tiro na cabeça. Em seguida fugiu em uma motocicleta Honda CG Fan 150, de cor azul. Posteriormente veio até a casa do seu pai, já com um carro.

Uma câmera de segurança da região flagrou a motocicleta saindo do local logo após o homicídio. Em conversas com o autor, ele disse que não havia utilizado a motocicleta, pois estava estragada, mas foi possível identificar que o motor estava quente, indicando a utilização nas duas horas anteriores.

Macorin também passou mais detalhes de como foi a execução do homicídio. “Ele morreu com um tiro na cabeça. A arma que foi recuperada, é um revólver calibre .38 e que estava com todos os estojos dentro, um deflagrado, um picotado e os demais intactos, levando a crer que ele deu um segundo tiro, ou de uma forma menos provável teria falhado o primeiro. Caso tivesse falhado o primeiro, talvez teria tido tempo de reação, mas nós não acreditamos que houve tempo para isso pelo seguinte, o freezer estava aberto e tinha sangue da vítima dentro dele. Então a gente entende que ele estava ali mexendo, uma vez que trabalhava com a venda de peixes”.

As motivações do crime estão relacionadas a situações de violência doméstica praticadas pela vítima, como explicou Alexandre Macorin. “O senhor Bruno, a vítima era uma pessoa de difícil trato, tinha péssimo relacionamento com os vizinhos, com os amigos e dentro de casa não era diferente, um mau relacionamento com a esposa, com os filhos e ultimamente vinha ameaçando bastante a mulher e estava em processo de separação. O filho já tinha falado outras vezes em fazer isso, e dessa vez acabou cometendo esse ato extremo”.

O delegado enfatizou a rapidez na ação da Polícia Civil e o bom trabalho de sua equipe para a rápida elucidação do crime. “A Polícia Civil considera esse caso 100,00% resolvido. Nesse sentido, eu quero destacar todo o trabalho em equipe e a dedicação de todos os profissionais do setor de homicídios, de todos os policiais e dos delegados que trabalharam no caso. Foi um crime planejado, e ao contrário do que parecia não era de difícil resolução”, destacou.

O advogado de defesa do jovem de 22 anos, Gustavo Paiva, afirmou que o crime foi cometido em legítima defesa. “Ele é um menino extremamente carinhoso, dócil, família, é casado, trabalha. Estamos diante do caso de um casamento de 23 anos onde a vítima exercia pressão psicológica e violência no lar. Nós inclusive encontramos dois instrumentos que seriam utilizados pela vítima para matar a esposa, ou seja, ele poderia estar velando a mãe hoje. Os relatos dele é de que o convívio com o pai era insuportável, inclusive o menino menor de idade precisará passar por um tratamento psicológico para suportar toda essa situação”, informou o advogado.

Fonte: Toledo News