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Paraná está entre as regiões afetadas por corredor de fumaça de queimadas na Amazônia

O Paraná está entre as regiões afetadas por um corredor de fumaça proveniente das queimadas na Amazônia, que vem descendo pela América do Sul e chegou escurecer o céu de diversos municípios das regiões mais a Oeste, Norte e Noroeste do Estado.

 O incêndio no Parque de Ilha Grande também contribui 

A relação entre a fumaça e a escuridão que tomou conta de alguns municípios é confirmada pela empresa MetSul Meteorologia.

O diretor do instituto, Alexandre Aguiar, afirmou que o ar no Paraná, assim como São Paulo e outros estados, “está repleto de material particulado de fumaça de queimadas”.

A MetSul diz que há dez dias tem registrado a ocorrência na região Sul de fumaça originada em focos concentrados de incêndio na Amazônia.

O ponto mais crítico de queimadas em Rondônia, no Norte do estado, por exemplo, fica a cerca de 2,5 mil quilômetros de Londrina.

Desde a semana passada um corredor de fumaça se estende do Norte do País, atingindo o Centro Oeste, o Sudeste e o Sul do Brasil, e países vizinhos como Argentina, Uruguai, Peru e Bolívia.

O fenômeno neste ano foi mais intenso em razão da mistura de fumaça com a frente fria que atingiu os estados, incluindo o Paraná, e escureceu o céu na área.

Além do corredor de fumaça provocado por queimadas que vêm desde a Amazônia, no Paraná, o incêndio que já destruiu 62% do Parque Nacional de Ilha Grande, no Noroeste, também contribuiu para a queda na qualidade do ar.

O tempo muito seco e o aumento de incêndios ilegais contribuem para o crescimento dos focos de incêndio na região amazônica, alimentando a formação do corredor.

O Metsul aponta que o salto no número de queimadas neste ano também tem correlação direta com o clima.

Os ventos da Amazônia sopram de leste para oeste, entrando no continente pelo Nordeste do Brasil em direção aos Andes, onde encontram uma grande parede de montanhas de até 5.000 metros na cordilheira.

A fumaça, que costuma concentrar-se entre 1.500 e 2.000 metros de altitude, não consegue ultrapassar esta barreira e desce em direção ao sul da América do Sul, passando o Peru, Bolívia, o Centro Oeste do Brasil e o Paraguai, chegando até o sul do Brasil.

Com os fortes ventos e as queimadas na Bolívia e no Paraguai, a fumaça acabou atingindo o Paraná.