Rádio Difusora do Paraná

Paraná já registrou quase 3 mil focos de queimadas neste ano

Em semanas recentes, diversos municípios do Paraná registraram episódios de céus encobertos por nuvens cinzas em plena luz do dia e sem qualquer indício de chuva.

Em alguns casos chegou-se a comentar sobre a possibilidade dessas nuvens carregarem fumaça de queimadas na Amazônia e no Pantanal.

Mas o próprio Paraná, mesmo não estando no epicentro da crise ambiental corrente, também contribui para esse tipo de registro.

Conforme informações do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, desde o começo do ano até ontem o estado do Paraná já havia registrado um total de 2.911 focos de queimadas.

Na comparação com os nove primeiros meses do ano anterior, há um aumento de 3% no total de ocorrências e na comparação com o mesmo período de 2018, contudo, o aumento é de 36,5%.

Na série histórica do Inpe, iniciada em 1998, a média anual tem sido de 3.880 focos por ano, sendo que até hoje o ano com maior número de registros foi 2003 (10.866) e o com menor, 2001 (1.270).

A média histórica, porém, é elevada para cima por conta dos anos entre 2002 e 2008, período no qual o Paraná registrou, consecutivamente, anos com mais de 5 mil focos ativos de queimada.

Filtrando-se os dados do Inpe segundo o bioma, a situação que mais chama a atenção é a do Pantanal.

Até ontem, o satélite de referência havia registrado um número de focos praticamente três vezes acima d a média anual de registros.

Em nenhum outro bioma houve um aumento tão expressivo, embora o Pampa também tenha verificado um aumento expressivo no número de registros (a média histórica é de 988 focos de queimada num só ano, mas até aqui foram 1.533 em 2020).

Historicamente, o Pantanal registra um total de 5.980 focos de incêndio num ano, sendo que ate 2020 o recorde num só ano havia sido registrado em 2005, com 12.536.

Neste ano, contudo, já foram registrados 17.491 focos de incêndio até o dia 29 de setembro, número 192,5% acima da média histórica e 39,5% superior ao recorde verificado uma década e meia atrás.