Um estudo realizado pelo grupo de Pesquisa em Mobilidade e Matriz Energética da Universidade Federal da Integração Latino-Americana comparou as concessões de rodovias no Paraná e em Santa Catarina e uma das constatações é alarmante: apenas neste ano, o paranaense já pagou 777 milhões a mais que os trechos catarinenses
É grande a expectativa em torno do novo modelo
No estudo “Reflexões sobre os pedágios do Paraná”, são comparados os valores das tarifas das cinco praças de pedágio entre Foz do Iguaçu e Guarapuava, administradas pela Ecocataratas, com as cinco praças de pedágio administradas pela concessionária Arteris, entre Curitiba e Palhoça, Santa Catarina, e apurou o faturamento das concessionárias.
A Ecocataratas, por exemplo, arrecadou, de 1º de janeiro a 15 de junho deste ano 150 milhões, 705 mil, 894 reais e 50 centavos.
A arrecadação de todas as praças de pedágio no Estado chegou a 1 bilhão, 067 milhões, 824 mil, 039 reais e 20 centavos.
Se as tarifas cobradas no Paraná fossem as mesmas praticadas em Santa Catarina, o faturamento na BR-277 seria de 41 milhões, 059 mil, 215 reais e 38 centavos e o do Paraná 290 milhões, 924 mil e 368 reais.
De acordo com Ricardo Hartmann, coordenador da pesquisa, essa diferença está relacionada ao modelo de concessão.
Ele disse que a concessão do Paraná foi realizada nos anos 1990 e, apesar de diversas tentativas, não foi possível alterar o contrato.
As experiências com as concessões do Paraná, de São Paulo e do Rio Grande do Sul serviram como aprendizado para as licitações realizadas já nos anos 2000, como a de Santa Catarina.
Hartmann afirma que a licitação de Santa Catarina leva em consideração apenas o critério de menor preço.
Os integrantes do grupo de pesquisa também avaliaram a necessidade de que os contratos garantam a qualidade da via, e, mais do que isso, que o usuário tenha acesso a essas informações de forma clara, podendo exercer seu direito de reivindicar atendimento às cláusulas do contrato.