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Partidos fazem pacto contra a retomada do voto impresso

Acordo foi fechado durante reunião no final de semana

 

Se já eram remotas as possibilidades de o voto impresso ser aprovado a tempo para a eleição de 2022, cujas regras precisam ser definidas até o próximo dia 2 de outubro, o acordo firmado no sábado entre os presidentes dos maiores partidos praticamente sepulta a ideia.

O acordo  é uma derrota para o presidente Jair Bolsonaro e  do PDT de Ciro Gomes, que embarcou na teoria  de que, sem voto impresso, haveria risco de fraude na eleição.

Os 11 partidos cujos presidentes participaram da reunião virtual que fechou questão contra o voto impresso somam dois terços do Congresso Nacional , ou seja, 325 deputados federais e 55 senadores.

Mesmo que nem todos sigam a orientação partidária, torna-se praticamente improvável  conseguir os 308 votos necessários na Câmara e 49 no Senado para aprovar a emenda à Constituição.

Entre os que se posicionaram publicamente contra a adoção do voto impresso estão dirigentes de partidos da base de Bolsonaro, como DEM, PSL, PL, PP e Republicanos.

Entre os presentes à reunião estavam o presidente do PP, Ciro Nogueira, do Republicanos, Marcos Pereira e do PL, Valdemar Costa Neto.

Participaram, também, os presidentes do PSL, Luciano Bivar, do DEM, ACM Neto, do MDB, Baleia Rossi, do PSD, Gilberto Kassab, do Solidariedade, Paulinho da Força, do PSDB, Bruno Araújo, do Avante, Luís Tibé e do Cidadania, Roberto Freire.

A comissão especial criada pela Câmara para analisar proposta que torna obrigatório o voto impresso se reúne nesta segunda-feira para a  apresentação do parecer do relator, o deputado federal Filipe Barros , do PSL do Paraná.

Mesmo que os líderes dos partidos não tivessem fechado o acordo, seria praticamente impossível aprovar a mudança em dois turnos na Câmara e no Senado até 2 de outubro com um recesso de duas semanas nos três meses que restam até o prazo derradeiro.

Por outro lado, se a questão do voto impresso não  prosperar,  outra mudança em discussão no Congresso tem chance de ser aprovada.

Trata-se do “distritão”, que prevê a eleição dos mais votados para o Legislativo, que na prática, esvazia os partidos e favorece a eleição de ricos e famosos, sem muito compromisso com a política.