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A Polícia Civil do Paraná (PCPR), por meio da 20ª Subdivisão Policial de Toledo (20ª SDP), realizou uma operação que resultou no resgate de diversos animais em uma propriedade localizada na Linha Gavião, distrito de Novo Sarandi. A ação ocorreu após denúncias anônimas de maus-tratos contra o proprietário, um homem de 41 anos que, segundo relatos, submetia cães, bois e aves a práticas cruéis. O trabalho contou com o apoio de veterinários da Secretaria do Meio Ambiente de Toledo e de técnicos da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar).
As denúncias, recebidas no dia 10 de setembro, indicavam que o suspeito mutilava cães da raça Pitbull, castrava animais sem anestesia e compartilhava vídeos em grupos de WhatsApp mostrando bois sendo agredidos, inclusive com mordidas na língua e no focinho. Também foi relatado que o homem mantinha galos de rinha e equipamentos usados para esse fim, além de obrigar o filho menor de idade a presenciar os maus-tratos e participar de atividades de risco, como montar bois e pilotar motocicletas. Um histórico de acusações contra o mesmo indivíduo já havia sido registrado em 2023, envolvendo a venda ilegal de filhotes de papagaio e criação irregular de aves de briga, mas na época ele conseguiu evitar o cumprimento de mandado de busca por ter mudado de endereço.
Durante o resgate, a equipe constatou um cenário de abandono e sofrimento animal. Entre os cães e gatos recolhidos estavam uma cadela Pitbull debilitada com filhotes recém-nascidos, outro Pitbull incapaz de se levantar, um casal de buldogues franceses — sendo um com problemas oculares — e uma gata prenha em estado de desnutrição. Nenhum alimento adequado foi encontrado no local. Todos foram encaminhados a uma clínica veterinária para tratamento. As aves incluíam sete pássaros silvestres sem documentação, entregues ao Instituto Água e Terra (IAT), e alguns encontrados mortos em gaiolas. Além disso, cerca de 50 galos de briga foram localizados, dois deles feridos, junto de uma estrutura de rinha desmontada e apetrechos de treinamento. A falta de registro da propriedade junto à Adapar foi confirmada, e os galos permaneceram no local sob custódia de terceiros.
O resgate ocorreu em paralelo à prisão do proprietário, realizada pela Polícia Federal (PF) em 11 de setembro, quando foram apreendidas 1,6 tonelada de maconha, veículos e armas em sua propriedade. Com a detenção, os animais ficaram abandonados, o que agravou as denúncias de maus-tratos e motivou a intervenção imediata. A Polícia Civil aguarda agora os relatórios técnicos dos órgãos envolvidos para dar prosseguimento ao inquérito e definir as responsabilidades legais.