Com a quebra na safrinha, o Paraná deixa de ser exportador para importar e comprar o cereal de outros Estados, e compensar o déficit de cerca de quatro milhões de toneladas.
É preciso compensar o déficit de 4 milhões de toneladas
A produção de proteínas animais na região Sul do Brasil tem no Paraná um pilar estruturante no abastecimento de milho.
O cereal produzido em território paranaense, principalmente na segunda safra, é crucial para a alimentação animal – especialmente de suínos e aves – em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
O que ninguém contava é que a seca e a geada seriam implacáveis na temporada 2020/21.
Em vez das 14 milhões e 600 mil toneladas de milho previstas inicialmente, as lavouras estaduais devem gerar em torno de 6 milhões de toneladas – a menor colheita da última década.
As perdas nas lavouras paranaenses do milho da safrinha se repetem em praticamente todas as regiões do Estado.
Segundo levantamento do Departamento Técnico e Econômico do Sistema FAEP/SENAR-PR, de janeiro a julho de 2021, o Paraná já importou 670 mil toneladas de milho, o que representa um aumento de 157% em relação ao mesmo período do ano passado.
Além disso, o valor é de 39% a mais por tonelada.
Por outro lado, as exportações de milho pelo Paraná praticamente deixaram de existir de maio em diante.
Somando maio, junho e julho, o total de milho exportado ficou em 120 toneladas, contra 70 mil e 800 toneladas em 2020 e 1 milhão e 600 mil toneladas em 2019.
O técnico Edmar Gervásio, do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná, aponta que as importações do cereal devem seguir aquecidas, mas sem precisar o quanto de cereal deve vir de fora.
Ele destaca que a indústria de suínos poderá fazer adaptações, como colocar trigo na composição da ração.
Já em relação a avicultura, o técnico acrescenta que há outras formas de diminuir o consumo de milho, aumentando ou diminuindo o ciclo da ave e desalojando matrizes.
