Senado aprova texto que estabelece alíquota máximo de ICMS

Estado diz que educação perde de  1 bilhão e 400 milhões  no orçamento para 2023

 

Por 65 votos a 12, o  Senado aprovou o texto-base do projeto de lei que define energia, combustíveis, transportes e comunicações como bens e serviços essenciais e, consequentemente, sujeitos a uma alíquota máxima de 17% do ICMS.

A proposta precisava do “sim” de ao menos 41 senadores para avançar.

Conforme o texto aprovado , o teto de 17% no ICMS para os produtos contemplados será permanente e passará a valer de imediato após a sanção, ao passo que as compensações previstas para as quedas na arrecadação se estendem apenas até o final de 2022.

Como sofreu alterações no plenário do Senado, o projeto de lei terá que voltar à Câmara dos Deputados, onde  o texto original fora aprovado no mês de maio de olho em frear a escalada nos preços e a pressão sobre a inflação.

Na outra ponta da polêmica, o  Comitê Nacional de Secretários da Fazenda dos Estados (Comsefaz) enviou ao ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, uma proposta de acordo com a União para a tributação dos combustíveis.

Na cruzada contra a aprovação do projeto de lei 18/2022, que limita em 17% as alíquotas de ICMS de combustíveis, energia elétrica, transportes e telecomunicações, a Secretaria de Estado da Fazenda divulgou ontem, o impacto da medida sobre os investimentos em educação.

Segundo os cálculos, a rede de ensino pública teria uma redução de  1 bilhão e 400 milhões de reais no Orçamento para 2023, em comparação com o estimado para esse ano .

Os investimentos em educação são vinculados à arrecadação, devendo o estado destinar o mínimo constitucional de 30% à manutenção e desenvolvimento do ensino público.

Com a queda na arrecadação total do estado, o valor nominal destinado à educação cai na mesma proporção, aponta a Secretaria da Fazenda.

“Para manter o aporte em educação nos mesmos patamares deste ano, seria necessário retirar recursos de outras áreas fundamentais, como infraestrutura e desenvolvimento urbano”, diz a nota da secretaria.