Senador Alvaro Dias afirma que a democracia no Brasil está “sob ataque”

Ele referiu-se as “ameaças públicas” de enfrentamento “aos poderes constituídos”

Parlamentares da bancada federal do Paraná apontam risco de uma ruptura institucional e caos no País com o agravamento da crise política em meio à pandemia do coronavírus.

A insistência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em defender o fim das medidas de isolamento social contrariando as autoridades sanitárias no momento em que aumentam o número de infectados e mortos, e ao mesmo tempo, confrontando os poderes Legislativo e Judiciário ameaça jogar o Brasil em uma crise tripla, de caráter político, social e econômico, avaliam deputados e senadores.

Neste domingo, no mesmo dia em que Bolsonaro participou de nova manifestação em Brasília, com pedidos de “Fora STF” e “Fora Congresso”, o líder do Podemos, senador Alvaro Dias, divulgou afirmando que a democracia no Brasil está “sob ataque”, em razão de “ameaças públicas” de enfrentamento “aos poderes constituídos”.

Na nota, o partido afirma que não há espaço na democracia para “brechas autoritárias”. “É preocupante ver que o país, em meio ao caos causado por essa pandemia, caminha para uma crise política com efeitos sobre a democracia”.

Alvaro diz que a nota foi elaborada em apoio a documento dos ex-ministros da Defesa afirmando que as Forças Armadas são instituições de Estado e que “qualquer apelo e estímulo (…) a quebra da legalidade democrática – oriundos de grupos desorientados – merecem a mais veemente condenação”.

O senador critica os conflitos estabelecidos entre Executivo, Legislativo e Judiciário, “com o presidente estabelecendo esse clima de tensão permanente”, e que sua manifestação foi contra “qualquer ato que estimule o autoritarismo”.

Na avaliação do líder do Podemos, as manifestações que vêm ocorrendo como a de ontem em frente ao Palácio do Planalto “não podem ser ignoradas”.

O líder do PT na Câmara Federal, deputado paranaense Ênio Verri, afirma que o partido vai pedir a abertura de uma CPI esta semana ao lado de outros partidos de oposição para investigar a denúncia do empresário Paulo Marinho (PSDB/RJ), suplente do senador Flávio Bolsonaro (PSL/RJ), de que o filho do presidente foi avisado com antecedência sobre uma operação da Polícia Federal que investigava as suspeitas de esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do RJ em seu gabinete, encabeçado pelo assessor Fabrício Queiroz.