Vacina contra novo coronavírus só estará disponível em 2021

Os estudos para uma vacina contra o novo coronavírus estão avançados em vários laboratórios do mundo, mas a vice-diretora geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mariângela Batista Galvão Simão, pede um “otimismo cauteloso”.

A médica paranaense participou ontem da reunião da Frente Parlamentar do Coronavírus da Assembleia Legislativa do Paraná.

Falando direto de Genebra, na Suíça, Mariângela afirma que uma vacina para a população contra o vírus só estará disponível em meados de 2021.

A especialista explica que uma série de protocolos são necessários para que as pessoas comecem a ser vacinadas e mesmo assim, em um primeiro momento, não haverá uma vacinação em massa.

Ela disse que “Colocar uma vacina no mercado não quer dizer que ela estará disponível para todos, pois precisa passar por autorização das agências dos países”, destacando que no Brasil, a aprovação é feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Mariângela explica que a OMS trabalha com a expectativa de produção de pelos menos dois milhões de vacinas ainda este ano.

Segundo ela, quatro estudos no mundo estão avançados, na chamada fase 3, quando a testagem de eficácia é realizada com um grande número de pessoas, observando segurança e efetividade.

Atualmente, cerca de 160 vacinas estão em estudo em todo o planeta, em diferentes fases e enquanto os estudos avançam, a médica diz que a OMS não prevê uma vacinação em massa tão cedo.

Ela explica que o órgão visa garantir que todos os países tenham acesso à vacina, quando esta estiver disponível.

Antes da vacinação começar a ocorrer, no entanto, há longo caminho a ser percorrido, que consiste em comprovar cientificamente a eficácia dos medicamentos em estudo e por isso, as testagens passam por diversas fases antes da aprovação.

É a situação da vacina anunciada pela Rússia e segundo Mariângela, a OMS ainda não tem dados para saber em qual fase e qual eficiência.

A diretora da Organização Mundial de Saúde diz ainda que, enquanto não houver um medicamento que garanta uma imunidade massiva, será necessário um alerta global para o controle da pandemia.

A médica, que está diretamente envolvida no processo global de busca por medicamentos, diz ainda que enquanto não for encontrada uma vacina eficaz e segura contra o novo coronavírus, as medidas tradicionais para controlar a epidemia devem continuar, como isolamento social, evitando aglomerações e usando máscaras, além de praticar a higienização constante das mãos.