O retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos nesta segunda-feira deve acentuar a concorrência no agronegócio entre Brasil e Estados Unidos.
Trump volta ao poder com o anúncio de políticas comerciais protecionistas que, por um lado, podem favorecer o comércio de produtos agropecuários brasileiros a países importadores, como a China mas, de outro lado, tendem a embaraçar negociações para ampliações e aberturas de mercados entre os países.
Para especialistas em comércio exterior e representantes de entidades privadas e do governo, o agronegócio brasileiro pode ganhar com as políticas protecionistas de Trump nas exportações a outros países, mas perder no próprio comércio com os Estados Unidos.
Nessa equação, um dos principais fatores é a potencial retomada da guerra comercial entre Estados Unidos e China.
Trump promete aplicar tarifas elevadas sobre produtos importados pelos Estados Unidos e repetir o conflito com o gigante asiático – tônica da sua primeira gestão.
Em eventual troca de retaliações entre os países, o Brasil pode se favorecer do redirecionamento da demanda chinesa de soja e milho, embora em menor grau ao observado na primeira fase da guerra comercial sino-americana no primeiro mandato de Trump.
A tendência é o Brasil ocupar mais espaço no fornecimento de grãos ao mercado asiático, se confirmada uma escalada do conflito comercial sino-americano, pelo menos no curto prazo.
Além do distanciamento ideológico entre os governos Trump e Lula – que declarou apoio à democrata Kamala Harris -, a postura de Trump de maior protecionismo à produção local pode atrapalhar as tratativas para aberturas e ampliações de mercados entre os países.
Fonte: Canal Rural