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Diretor diz que solução para contratação de potência em Itaipu sairá no curto prazo

O diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna, disse que uma solução para o problema da contratação da potência da usina deve sair no curto prazo.

 

Negociações entre as empresas foram retomadas nesta semana.

 

Ele ressaltou que o governo está chamando de curto prazo, para não colocar uma expectativa de data, porque essa é a intenção da Eletrobras e da Ande – a companhia paraguaia.

Em pleno mês de agosto, as estatais Eletrobras e Ande ainda não chegaram a um acordo sobre a contratação da potência da usina neste ano: as negociações entre as empresas foram retomadas nesta semana.

Uma parcela do faturamento da energia produzida por Itaipu está em aberto desde fevereiro.

Segundo Silva e Luna, embora Itaipu não tenha tido problemas para honrar seus pagamentos até agora, a situação se assemelha a um contingenciamento de recursos.

O diretor-geral não informou os números, mas a reportagem apurou que o valor em aberto é de cerca de US$ 50 milhões.

Itaipu fatura cerca de US$ 3 bilhões por ano, mas opera em regime de custo – ou seja, não há lucro, mas apenas cobertura de custos de serviço da dívida, operação e manutenção e royalties.

Silva e Luna reconheceu que alguns compromissos podem deixar de ser honrados caso a situação perdure até o fim do ano.

O Tratado de Itaipu estabelece que toda a potência da usina deve ser contratada pelo Brasil e pelo Paraguai.

Historicamente, o Brasil consome 85% da energia da usina, e o Paraguai fica com os 15% restantes.

Com o crescimento econômico do Paraguai nos últimos anos, a demanda por energia tem crescido, mas, para evitar aumentar as tarifas, o país vizinho tem mantido sua contratação inalterada.

Neste ano, foi a primeira vez que as empresas não chegaram a um acordo sobre o tema, e a discussão foi liderada pelos ministérios de relações exteriores.

Um acordo formalizado por meio de uma ata estabeleceu uma curva ascendente de contratação de potência pelo Paraguai até 2022.

Os termos do documento, porém, geraram uma crise que derrubou diversas autoridades do país e ainda ameaçam o governo de Marito – como é conhecido o presidente.

A ata acabou sendo anulada pelo Paraguai, mas a crise ainda não foi resolvida. Silva e Luna reconheceu que as negociações levam em conta a proximidade entre Marito e o presidente Jair Bolsonaro.