As mortes pelo novo coronavírus confirmadas no Brasil desde 26 de fevereiro superam o total registrado em 2009 por H1N1, no auge daquela pandemia.
Naquele ano, a primeira morte foi registrada em junho.
Mesmo com alta sub-notificação por falta de testes, reconhecida pelo próprio Ministério da Saúde, o País confirmou, até sexta-feira (17), 33.682 testes positivos e 2.141 óbitos pela covid-19.
Em 2009, foram 50.482 casos e 2.060 mortos pelo vírus influenza, segundo dados do governo federal.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou a H1N1 como pandemia de julho de 2009 a agosto de 2010.
No segundo ano, a doença perdeu força pelo reforço de medicamento e vacina no tratamento.
Em 22 de março, o presidente Jair Bolsonaro errou ao prever que a Covid-19 mataria menos que a H1N1 em 2019, quando o total de óbitos já foi inferior ao do ano de pandemia.
“O número de pessoas que morreram de H1N1 no ano passado foram na ordem de 800 pessoas: a previsão é não chegar a essa quantidade de óbitos no tocante ao coronavírus”.
O deputado federal Osmar Terra (MDB) também minimiza a Covid-19 usando dados sobre a H1N1; ele chegou a ser cotado ao cargo de ministro da Saúde, agora ocupado pelo oncologista Nelson Teich.
Ministro da Saúde em 2009, o médico José Gomes Temporão disse no fim de março que a Covid-19 é muito mais grave do que a pandemia enfrentada por ele.
O ex-ministro também afirmou que o País não adotou medidas de isolamento social amplo à época justamente pela menor gravidade da doença.
No dia em que o oncologista Nelson Teich tomou posse como ministro da Saúde, o Brasil bateu novo recorde diário de mortes pela Covid-19: foram 217 nas últimas 24 horas.
Com isso, o número de óbitos passou para 2.141 nesta sexta-feira, 17, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde.
O País também atingiu o maior número de casos confirmados de covid-19 em um único dia, com 3.257 novos registros de pessoas contaminadas de ontem para hoje.