O paranaense de 19 anos venceu por 2 a 1 o noruguês Casper Rudd na final do ATP 250 de Santiago
O paranaense Thiago Wild tem apenas 19 anos, mas já começa a se acostumar a quebrar recordes no tênis brasileiro. Primeiro atleta do país a vencer a chave juvenil do US Open, em 2018, ele se tornou neste domingo (2), o mais jovem tenista do país a conquistar um torneio do circuito da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais).
Na final do ATP 250 de Santiago, Wild (que ocupa a 182ª posição do ranking mundial) venceu o norueguês Casper Ruud (38º do mundo) por 2 sets a 1, com parciais de 7/5, 4/6 e 6/3, e bateu o recorde de Gustavo Kuerten, o Guga, que venceu o Grand Slam de Roland Garros com 20 anos e 9 meses.
O brasileiro Thiago Wild comemora título do ATP de Santiago – Claudio Reyes/AFP
“A partida foi muito equilibrada, nós dois tivemos chances, mas aproveitei um pouco melhor as minhas e consegui vencer”, disse o tenista, que deve aparecer na 113ª posição do ranking da ATP na sua próxima atualização.
Em sua estreia no torneio, ele bateu o argentino Facundo Bagnis (131º). Em seguida, passou pelo também argentino Juan Ignacio Londero (63º) e encontrou nas quartas de final o chileno Cristian Garin (18º), que havia conquistado o Rio Open no último dia 23.
Após vencer o primeiro set por 7/6, ele viu o cabeça de chave número um do torneio desistir da partida com dores na lombar e se credenciou a brigar por uma vaga na final contra o argentino Renzo Olivo (297º do mundo).
Na semifinal, a pressão sobre o brasileiro era grande. Desde abril de 2017, quando Thomaz Bellucci chegou à decisão do Torneio de Houston, nos EUA, um brasileiro não chegava à final de um campeonato do circuito da ATP.
Wild não deu atenção para o jejum e, com uma vitória tranquila por 6/1 e 6/3, quebrou a escrita de quase três anos.
“Jogar um evento da ATP como pelo Brasil, que não tem uma cultura de ter muitos tenistas no topo, o tempo todo, é muito bom, é incrível. Me faz pensar que posso fazer ainda melhor. Faz eu sentir que tenho potencial para usar todas as minhas forças e continuar com a minha temporada”, afirmou o brasileiro após a conquista da vaga na final.
Na decisão contra o norueguês Casper Ruud, o brasileiro começou na frente, vencendo o primeiro set por 7/5. No entanto, o nervosismo apareceu dos dois lados da quadra, com os tenistas alternando bons e maus momentos.
Cool as you like ????@thiagoswild | @chile_open pic.twitter.com/aQ7oJHgu0A
— ATP Tour (@atptour) March 1, 2020
O segundo set foi de bastante equilíbrio, com os dois tenistas confirmando os seus serviços, até que na oitava parcial, o norueguês conseguiu quebrar o saque de Wild e, confirmando seu serviço, empatou o jogo com um 6/4.
O brasileiro começou melhor o terceiro e decisivo set. Ele confirmou os seus dois primeiros serviços e quebrou o do adversário, abrindo vantagem de 3 a 0.
Depois, os tenistas confirmaram seus serviços em sequência até que o brasileiro fechou o jogo em 6/3.
“Ele jogou um tênis impressionante durante toda a semana. Não posso ficar chateado com a minha derrota”, disse Ruud. “Ele provou que merecia o convite e aproveitou bem a oportunidade. Espero poder jogar muitas outras finais com ele no futuro.”
Born to be WILD ????????????@thiagoswild becomes the youngest Brazilian ATP Tour title winner ever, beating Ruud 7-5 4-6 6-3 in Santiago! pic.twitter.com/R04fAHSP2T
— Tennis TV (@TennisTV) March 1, 2020
Ao levantar a taça, o Thiago Wild encerrou jejum de cinco anos sem que um tenista do país não conquistasse um torneio de ATP. O último havia sido Thomaz Bellucci, campeão em Genebra, em 2015.
Wild também quebrou outro recorde: é o primeiro tenista nascido nos anos 2000 a um ganhar ATP.
Segundo o tenista, a pressão gerada pela quebra de recordes é algo que ele vai ter que aprender a lidar. “A pressão é algo que vem com o tempo e com os resultados. Tenho que falar com o meu treinador e com a minha equipe sobre isso, para conseguir lidar bem”, disse.
Fonte: Folha de São Paulo