Rádio Difusora do Paraná

Nova investida para investigar ministros do STF esquenta o clima no Senado

Fachada do Supremo Tribunal Federal. Brasilia, 26-10-2018. Foto: Sérgio Lima/Poder 360

Presidente da casa diz que vetará pedido da CPI

Em meio à tensão entre Congresso e Judiciário, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, admitiu ontem que prepara o arquivamento de uma nova comissão parlamentar de inquérito articulada para investigar os ministros do Supremo Tribunal Federal, de autoria do senador Alessandro Vieira , cujo requerimento será protocolado nesta terça-feira.

A investida tem origem no movimento Muda Senado, Muda Brasil, formado por 21 senadores, e que está disposto a enfrentar Alcolumbre para dar vazão as investigações.

Até a ,ultima semana o grupo tinha o apoio de 21 nomes, mas fez esforço intensivo para pelo menos conseguir apresentar o documento e agora chega a 27 assinaturas necessárias.

A partir de hoje os parlamentares irão se revezar na tribuna exigindo a instalação da CPI, nesta que será a terceira tentativa de criar uma comissão para emparedar o STF.

Dessa vez, o requerimento cita expressamente o presidente da Corte, Dias Toffoli, como um dos alvos.

A justificativa é a instauração do inquérito, aberto por ofício pelo ministro, para investigar fake news e ataques à honra dos membros do tribunal.

Os senadores iram em Gilmar Mendes que liberou muita gente da cadeia, Dias Toffoli que usurpou o papel do Ministério Público e Alexandre de Moraes que passou a presidir a investigação.

Conforme disse o segundo vice-presidente do Senado e um dos líderes do movimento, Lasier Martins, do Podemos do Rio Grande do Sul, a finalidade é “caçar ministros”.

Apesar de todo o movimento e do respaldo da opinião publica, se depender de Davi Alcolumbre, a iniciativa não irá prosperar.

O presidente da Casa já arquivou dois requerimentos semelhantes e mantém engavetados 12 pedidos de impeachment de ministros, todos protocolados nos últimos sete meses, volume considerado recorde.

Às vésperas do fim da legislatura passada, em janeiro, o então presidente do Senado Eunício Oliveira também havia sepultado 33 processos acumulados em quatro anos.