Presidente Bolsonaro vai deixar mesmo as fileiras do PSL

O presidente Jair Bolsonaro vai mesmo sair do PSL e pretende patrocinar a criação de um novo partido, que deve ser batizado como “Aliança pelo Brasil”.

 Ele pretende criar o partido “Aliança pelo Brasil 

Após mais de um mês de confronto com a cúpula do PSL, Bolsonaro convocou uma reunião para esta terça-feira, no Palácio do Planalto, com um grupo de deputados da legenda, com o intuito de traçar os próximos passos políticos.

Dos 53 deputados do PSL, ao menos 27 prometem acompanhar o presidente, mas a equipe jurídica estuda alternativas para que eles não percam o mandato.

O pedido de criação de um partido precisa ser protocolado no Tribunal Superior Eleitoral com ao menos 419 mil e 900 assinaturas em nove Estados.

Para que a nova sigla possa participar das disputas municipais do ano que vem, por exemplo, todos os trâmites devem estar cumpridos até março, seis meses antes das eleições.

Nos bastidores, governistas admitem que a corrida de 2020 é o primeiro teste para o projeto de poder de Bolsonaro, que almeja o segundo mandato, principalmente no momento em que o embate com o PT ganhou corpo com o retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à cena política.

O Planalto corre contra o tempo para a montagem de um novo partido que possa abrigar os bolsonaristas e, por isso, advogados estudam até mesmo a criação de um aplicativo para coletar assinaturas de forma digital, uma modalidade que precisa do aval do TSE.

Bolsonaro deve ficar sem partido até que esteja tudo arrumado para a nova filiação.

Desde o início de sua trajetória política, o presidente já passou por nove partidos, incluindo o PSL, pelo qual disputou a Presidência, mas o divórcio, desta vez, é litigioso e enfrenta vários percalços.

Um deles é que parlamentares bolsonaristas ávidos por deixar a legenda correm o risco de perder o mandato se não esperarem a chamada “janela partidária” – período permitido para o troca-troca de partidos, de seis meses antes da eleição.

Para que isso não ocorra, eles devem migrar para uma legenda em formação – caso da “Aliança pelo Brasil”.

Além disso, podem alegar “justa causa”, hipótese também avaliada por advogados de Bolsonaro que auxiliam deputados do PSL.