Na noite de terça-feira (25), um acidente fatal ocorrido durante uma perseguição policial resultou na morte do Policial Militar Ariel Julio Rubenich. O motorista Edson Ferreira da Cruz, detido após o incidente, prestou depoimento à Polícia Civil, cujas declarações foram obtidas pela equipe da CGN.
No depoimento, Edson relatou que saiu de casa para comprar refrigerantes e, no trajeto, fez uso de cocaína dentro do veículo. Segundo ele, a decisão de consumir a droga fora de casa foi motivada pela presença de seu filho menor em casa. “Como meu filho menor estava em casa, e eu não quis usar cocaína em casa, aí eu peguei nesse caminho que eu estava indo para comprar os refrigerantes, eu parei o carro um pouco e fui usar”, afirmou.
Edson relatou que, enquanto usava a substância, foi surpreendido pela chegada de uma viatura policial. “Eu vi uma militar veio com tudo, e os caras já vieram e meteram a arma em minha cara, eu me assustei e acelerei. Aí eu saí correndo, eu recém tinha usado, e aí eles já começaram a atirar, e eu saí em fuga”, declarou.
Questionado pelo delegado sobre o motivo de não ter parado o veículo, Edson justificou que agiu por medo e desespero, alegando não ter percebido a presença de uma motocicleta durante a fuga. “Eu só corri, eu só andei reto, correndo, fugindo. Não vi moto em momento nenhum, taquei moto em carro e não vi ninguém. Eu só estava saindo, fugindo, com medo, desesperado, e aí começaram a dar tiro em mim. Eu entrei em choque na hora”, disse.
Sobre a abordagem policial após a fuga, Edson afirmou não ter resistido à prisão. “Na hora que eu parei ali na minha mãe, eu desci do veículo, tranquilo. Só que eles me tiraram e me espancaram lá. Eles me tiraram do veículo e me espancaram”, relatou. Segundo ele, os ferimentos apresentados não teriam relação com o acidente, mas sim com a ação policial.
Ao ser informado sobre a morte do policial Ariel Julio Rubenich e o fato de a vítima deixar duas crianças pequenas, Edson lamentou o ocorrido. “Eu fiquei sabendo agora mesmo”, declarou, acrescentando: “Só pedir perdão mesmo, pelo erro aí”.
O Boletim da Polícia Civil informa que Edson Ferreira da Cruz responderá pelos seguintes crimes: conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa (art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro), participação em disputa ou competição não autorizada (art. 308), dirigir veículo sem Carteira Nacional de Habilitação (art. 309), homicídio qualificado (art. 121 do Código Penal), resistência (art. 329), desobediência (art. 330) e porte de drogas para consumo pessoal (art. 28 da Lei 11.343/06).
A morte do policial Ariel Julio Rubenich, que deixa duas crianças pequenas, gerou comoção entre familiares e colegas de farda. O caso segue sob investigação da Polícia Civil.
As últimas homenagens ao policial serão prestadas até as 14h desta quarta-feira, na Capela Master da Acesc. Em seguida, o corpo será levado para Santo Antônio do Sudoeste, onde será novamente velado pelos familiares e, posteriormente, sepultado na mesma cidade, em cerimônia prevista para amanhã.
